quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Per Aspera Ad Astra: A história do mais querido do mundo (Capítulo XIII)

“Per Aspera Ad Astra”
 Por Filipe Martins Gonçalves
 O final da primeira década de vida serviu para consolidar o Corinthians como a grande potência popular do estado. O Corinthians adquiriu uma importante fonte de renda, além do bom e velho chapéu que se passava entre os sócios a cada vez que se confrontava com a dificuldade financeira – e foram muitas.
Não fosse o passo ousado de se adquirir a Ponte Grande, o Corinthians seguiria tendo que sustentar outras praças.
 Ficava na atual Ponte das Bandeiras, que antigamente chamava-se Ponte Grande, em contraposição à Ponte Pequena, sobre o Tamanduateí, na mesma avenida, em direção ao Centro.
E além de tudo, o Corinthians adquiria um chão, na beira do rio, entre outros dois clubes, o Clube de Regatas Tietê e a Associação Atlética Paulista. Passou a receber a família Corinthiana em festas, não apenas quando havia jogo ou treino.
O campo da Ponte Grande foi, durante todo esse tempo, uma das principais praças de esporte, ao lado do Parque Antárctica onde jogava o Palestra, e o campo do Jardim América, onde passou a jogar o Paulistano após o progresso varrer o Velódromo do mapa, em 1916.
 Mas o time ainda não havia se acertado.
Os dois principais jogadores, Amílcar e Neco, estavam empenhados em ganhar o campeonato sulamericano pela Seleção Brasileira, e sobrepujar os uruguaios e argentinos. Friedenreich foi o autor do gol na segunda prorrogação da final contra o Uruguai, em 1919. A jogada foi de Neco, que driblou quatro uruguaios e entregou a deusa bola, macia, para o artilheiro fazer.
Amílcar foi o Capitão do Corinthians de 1915 a 1920. Mas o Futebol já havia mudado. Amílcar acumulava as funções de jogador, Capitão, técnico, sócio e torcedor.
 Em 1921 o Corinthians colocou Guido Giacomelli como técnico, criando uma função administrativa que até então não existia. Guido funcionava, na prática, como um diretor de Futebol.
E isso foi possível graças ao campo da Ponte Grande, feito pelas mãos Corinthianas.
 A cidade crescia e já comportava muito mais de meio milhão de habitantes no começo da segunda década de vida do Corinthians. Imigrantes chegavam, muitos, todos os dias, os clubes populares se engradeciam e as mudanças no Corinthians surtiam efeito.
O Corinthians acerta o Timão em 1922, acabando com a hegemonia do Paulistano, e já com uma torcida que fazia o Corinthians se projetar nacionalmente. Na verdade foi o que aconteceu, quando o Corinthians venceu o América, o campeão carioca.
Campeão do Centenário da Independência, esse título colocou o Corinthians na “idade adulta”. Tinha sede, tinha muita fama, era o Campeão dos Campeões do Centenário e se preparava para ganhar seu segundo tricampeonato, ou primeiro tricampeonato se esquecemos que o ano de 1915 existiu, o que é impossível.

Se pensarmos no ano de 1915, e imaginarmos tudo o que os Corinthianos passaram para construir um sonho, temos uma dimensão razoável do que vem a ser o Corinthianismo.
 O Corinthians lutou para chegar à glória. Nada no Corinthians é por acaso, nada são folhas jogadas ao vento.
Pelas origens que tem, não é por acaso que o Corinthians é hoje o Grande Corinthians.
Pensar em 1915 é ter 1922 como o resultado de uma perseverança, de uma esperança, de uma fé e de uma força que não se viu em nenhum outro clube.

Em apenas três anos de vida, o Galo Brigador da Várzea surge, com as próprias pernas e Futebol bem jogado, no Futebol “oficial” da elite paulistana. Com quatro, é Campeão Invicto do Futebol “oficial”. Com seis, seria o tricampeão. Invicto!
Com doze, de um patrimônio do tamanho do amor dos Corinthianos, o Corinthianismo desenvolveu um Clube com uma Sede. Sem depender de ninguém, pelo contrário, indo sempre contra a corrente conservadora, que “precisava” diminuir o Corinthians.
 “Per Aspera Ad Astra”, pela árdua luta o Corinthians chegou às estrelas.
Ou sempre esteve ali, como o Cometa que passou em 1910 cortando o céu com sua luz, como uma cimitarra.
 E a História continua… 
 (Boa leitura: Coluna Além dos Fatos, de Henrique Nicolini)

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