terça-feira, 10 de agosto de 2010

Per Aspera Ad Astra: A história do mais querido do mundo (Parte XXVIII)

O Time do Povo
Por Filipe Martins Gonçalves

A Década Dourada dos anos cinqüenta viu acontecer o maior ataque da História do Futebol.
As mesas dos lares, nos domingos, dali em diante, apenas discutiam se a melhor formação havia sido aquela que goleou o selecionado uruguaio em pleno Estádio Centenário, em 51, após o Maracanazo, com Cláudio, Luizinho, Baltazar, Carbone e Nelsinho. Ou se havia sido o ataque que sagrou-se campeão Paulista em 51, com a variação de Jackson no lugar de Nelsinho, e Carbone atuando pela ponta. Ou ainda, aquela formação que destruiu o Peñarol, apesar de toda a violência do adversário, que era basicamente a mesma formação, com Mário no lugar de Jackson. O ataque do Centenário da Cidade, porém, não tinha Carbone, mas Rafael. E Simão pela ponta.

Fato é que a linha Cláudio-Luizinho-Baltazar foi uma espinha dorsal que admitia qualquer complemento, qualquer variação. Seria, como foi, extremamente fatal e competente. Tanto que, apesar da excelente zaga, com Homero, Olavo, Idário pela linha média, junto de Touguinha, Goiano ou Belangero, tomava gols e partia para o ataque. E virava os jogos!

Em 1957 Cláudio, Baltazar e Carbone se foram, deixando gloriosas lembranças e muitas saudades.
Mas neste mesmo ano o Coringão se sagrava, pela sétima vez consecutiva, Campeão Paulista no basquete. Antes mesmo disto, em 1955, ganhava o primeiro campeonato paulista de Futebol de Salão profissional.
E em 1959 chegou ao Clube mais poliesportivo da cidade o Tamboréu, a Malha e o Tênis de Mesa profissional.

E em 1961, em uma goleada histórica sobre o Flamengo, acontece a primeira partida noturna da História do Estádio Alfredo Schürig, a Gloriosa Fazendinha. Para inaugurar a iluminação, considerada a melhor do Brasil na época, o Corinthians ensacou o Mengão por 7 a 2.

E o Corinthians, que vivia o começo de seu maior jejum no Futebol, crescia muito enquanto um Clube de Verdade.
Neste mesmo 1961, inaugurava a Academia de Boxe Chico Mendes, em homenagem ao saudoso Torcedor-Símbolo. No ano seguinte adquiria mais 73 mil metros quadrados, ampliando a área do Parque São Jorge, e dando as grandiosas dimensões atuais à Cidade Corinthians.
E no basquete feminino, o Corinthians de 1962 conquistou o primeiro Campeonato Internacional da modalidade, traduzindo a grandeza do Clube em todas os esportes que pratica.

Toda esta grandeza fez acontecer o Ginásio, o maior da Cidade, inaugurado em 1963.
Neste ano, além do Judô ter sido iniciado no Clube, o basquete profissional masculino conquistou o Campeonato Paulista, o Campeonato Brasileiro e o Campeonato Sul-Americano, consagrando a Nova Casa Corinthiana.

Desde a Década Dourada, durante a administração de Trindade, o Parque Aquático do Corinthians cresceu e continua crescendo.
Desde 1942, quando Hilda Coltro e Zélia Coltro foram Campeãs Brasileiras de Natação pelo Corinthians, até 64 quando o Corinthians conquistou o Troféu Brasil de Natação, a História da Natação Corinthiana se fez tão gloriosa quanto a do basquete.
Em 64, aliás, o basquete feminino sagrou-se novamente Campeão Internacional. E o basquete masculino, Bi-Paulista e Bi-Brasileiro.

No ano em que Roberto Rivelino alça o Futebol Profissional Corinthiano, 1965, o Corinthians vence o Campeonato Paulista de Remo de forma invicta. E ainda foi Bi-Campeão do Troféu Brasil de Natação. E ainda conquistou o Campeonato Paulista de Natação.
E mais ainda. Foi Campeão Metropolitano, Tri-Paulista, Tri-Brasileiro e Bi-Campeão Sul-Americano de Basquete profissional. No Gloriosíssimo Ginásio, de tanta História e tantas lutas.

Que recebeu a partida entre Corinthians e Real Madrid, um jogo dos melhores Clubes de Basquete do mundo. E o Coringão venceu, apoteoticamente, por 118 a 109.
O Corinthians é Campeão Mundial no Basquete.

E o jejum no Futebol foi permeado pela conquista, ainda que dividida por conta da Copa do Mundo, que inviabilizou as datas para as disputas se concretizarem, do Torneio Rio-S.Paulo. Na presença de Mané Garrincha, um dos maiores Gênios da História do Futebol. E Rivelino, Dino Sani, Flávio, Ditão; um verdadeiro Timão.

Neste ano de 1966, o Coringão foi ainda Tri-Campeão do Troféu Brasil de Natação. Bi-Campeão Paulista de Remo. Campeão Brasileiro de Remo.
E claro; Bi-Campeão Metropolitano, Tetra-Campeão Paulista, Tetra-Campeão Brasileiro e Tri-Campeão Sul-Americano no Basquete, que já era uma verdadeira Lenda Alvinegra (ainda voltaremos a isso, em um próximo capítulo).

O Corinthians ainda foi convidado a enfrentar o Selecionado Iugoslavo de Basquete, e venceu, pelo placar apertado de 73 a 72. Praticamente um Bi-Campeonato Mundial no Basquete. No Torneio Interclubes, porém, o Corinthians sagrou-se Vice, diante do Varese, da Italia.
Tratava-se da própria Seleção Brasileira, o Timão Corinthiano de Basquete: Amaury, Wlamir, René, Ubiratan e Rosa Branca...

Em 1967, vem o Penta-Campeonato Paulista, o Penta-Campeonato Brasileiro e o Tetra-Campeonato Sul-Americano no Basquete.

No ano em que quebramos o pseudo-tabu contra o time do Pelé (voltaremos a isso posteriormente), em 1968, o Corinthians é novamente Campeão Paulista de Remo, e ainda joga seu primeiro campeonato de Vôlei de Praia, em Copacabana.
E a Capela de São Jorge é concebida, criada e sacramentada, no final da Rua São Jorge, tendo à sua frente o Arco da irmandade Corinthiana.

Em 1969, vem o Hexa-Campeonato Paulista, o Hexa-Campeonato Brasileiro e o Penta-Campeonato Sul-Americano de Basquete.
O Futebol profissional conquista, sobre o Barcelona, por 2 a 1, o Torneio Costa Del Sol, uma árdua disputa em 150 minutos de muita luta.
E a primeira edição da Copa S.Paulo de Futebol Junior é trazida para o Parque São Jorge, sacramentando a Base Corinthiana, que durante esta década também conquistou o Tri-Paulista de 64, 65 e 66, e eram a grande alegria da Torcida nas preliminares dos jogos do Coringão no Pacaembu, fazendo a Fiel sair bem mais cedo de casa só pra ver um Futebol de verdade.

Em 1970, o Basquete conquistou o Hepta-Brasileiro. E o Timão Junior foi Bi-Campeão da Copinha.

Em 1971, o Mini-Ginásio é inaugurado, o Timão de Futebol de Salão conquista o Paulista, o Coringão no Futebol conquista o Torneio do Povo, e a sempre lembrada virada sobre o grande rival Palmeiras é conquistada - voltaremos a ela em breve...

Em 1972, o Corinthians é Campeão Paulista de Judô. Bi-Campeão Paulista de Futebol de Salão. E o Handebol Feminino conquista, pela primeira vez, o Campeonato Paulista.
No ano seguinte, o Futebol de Salão sagrou-se Tri-Campeão Paulista e Campeão Metropolitano. O Judô, é Bi-Campeão Paulista.

Em 1974, o Futebol de Salão é Campeão da Taça Brasil e Bi-Campeão Metropolitano. O Judô, Tri-Campeão Paulista. E o Tamboréu conquista sua primeira grande Taça, o Torneio Início.
No ano seguinte, o Remo vence sua primeira Taça Internacional.
Em 1976, além da Invasão Corinthiana ao Maracanã e à Cidade Maravilhosa, o Handebol Feminino conquista mais um Paulista.
E antes do grande jejum ver seu fim, no Pé-de-Anjo de São Basílio, o Handebol Feminino foi Bi-Campeão Paulista e o Futebol de Salão conquistou mais um Metropolitano.

Essa foi apenas uma breve listagem das tantas Glórias Corinthianas que permearam esses anos, lembrados pelos detratores como "anos de jejum". Alguém aí viu algum jejum de conquistas?

Até porque o Corinthians não conquista nada para constar em manuais de História, ou para se vangloriar. E o leitor perceberá que a listagem de conquistas, feita aqui, é apenas irreverente, uma forma de demonstrar aos detratores do Clube do Povo a sua própria causa perdida. É impossível diminuir um Verdadeiro Gigante. Que é um Gigante Poliesportivo.

O Corinthians conquista seus títulos, isso sim, para dar ao seu Povo a noção de que a vida, pelo Corinthians, vale sempre a pena.
As conquistas Corinthianas são uma prova de carinho do Clube para com sua Mãe, a Fiel Torcida. E isso tudo nos prova a Grandeza deste Gigante, tanto na Invasão Corinthiana quanto na Explosão da Fiel pela Cidade, pelo Estado, pelo País e pelo Mundo, na "simples" conquista do Paulistão de 1977.

A História Continua...

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O blog é sobre o Corinthians e eu sou chato pra caralho.