terça-feira, 21 de junho de 2011

1995

Exatos dezesseis anos atrás.

Era noite e estava frio. Talvez a única "lembrança fria" que tenho do Corinthians.

Com oito anos eu via o Coringão chegar à primeira final. Das que me lembro, claro.

O jogo era fora, num estádio lotado, contra um time que vestia azul e se intitulava "copeiro". E era a final de uma Copa do Brasil.

Eu já conhecia a grandeza da Fiel, sabia que éramos milhões, mas naquele dia éramos apenas dois: meu pai e eu. Também havia um tio santista. Torcendo contra, claro.

Lembro que a vantagem era nossa. 2 a 1 no primeiro jogo com gols de Viola e Marcelinho. Esse último, que viria a ser um dos maiores ídolos da história do Coringão, já era visto como o craque do time, mas ainda buscava seu primeiro título com a camisa que chamou de "segunda pele".

O jogo foi duro.

Criaram um clima de guerra. Bateram desde o início. Acharam que ganhariam na pressão. Esqueceram quem era o adversário.

O Coringão, na raça, se segurou. Eles, precisando do resultado, foram se desesperando, deixaram que entrássemos na partida e foram castigados. De novo um gol de Marcelinho, dessa vez o gol do título.

No Olímpico, só se ouvia os loucos de preto e branco. Naquela sala, só se ouvia a mim. O que me rendeu, por parte do tio santista, o título de "guri enjoado". Meu pai, sempre ponderado, comemorou mais discretamente, mas se emocionou tanto quanto eu. Talvez mais que eu, por ver que em se tratando de futebol sua missão de me educar estava cumprida.

VIVA O CORINTHIANS!

Dias depois, esse mesmo time, com esse mesmo Marcelinho, estaria em outra final, dessa vez contra o nosso decadente rival verde.

No primeiro jogo, gol de Marcelinho, gol mal anulado de Viola e partidaça da muralha Ronaldo. Mesmo assim, saímos com um empate.

Na volta a Fiel transformou o Santa Cruz em Ribeirão em um caldeirão e o resultado foi o esperado. Jogo tenso e empate em 1 a 1 no tempo regulamentar, novamente com gol do baixinho pé de anjo. Fomos para a prorrogação e Elivelton, que havia vindo do banco, acertou um pombo sem asas do meio da rua selando o segundo título do Corinthians naquele ano mágico de 1995.

Aí ficava ratificada, de uma vez por todas, a minha já grande paixão pelo Todo Poderoso. A primeira camisa veio dias depois. A 9, do Viola, que, mesmo não sendo a 7 do meu primeiro ídolo, me acompanhou em muitas alegrias nos anos seguintes e hoje repousa feliz em uma gaveta, talvez contando para as muitas camisas que comprei depois a alegria de ter vestido aqueles guerreiros em um ano tão vitorioso.

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O blog é sobre o Corinthians e eu sou chato pra caralho.