quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Ode ao invisível

Que força é essa que leva uma torcida a lotar estádios, e ter pelo terceiro ano consecutivo a melhor média de público, mesmo com o seu time treinando no campeonato?

Que força é essa que leva uma pessoa, mesmo sem saber o que reserva o futuro, a reunir numa segunda á noite sua família e sua esperança e partir para o aeroporto com outras quinze mil, levando um abraço imaginário e as palavras que só pronunciam para si mesmas: "Nós acreditamos!"?

Que força é essa, capaz de despertar tantos sentimentos diferentes para bem ou para mal, alegrando a vida de quem a sente e incomodando como um velho calo os que não a entendem?

Uma força capaz de, depois de 22 anos sem títulos, fazer 70 mil pessoas atravessarem 450km e transformarem seu time em mandante numa semifinal de Brasileirão.


Uma força capaz de, no ano seguinte, ainda sem títulos, levar 142 mil pessoas e suas esperanças para empurrar o seu maior amor em mais uma final.

Uma força capaz de, já em tempos da maldita modernização do futebol, levar de novo milhares pela Dutra e conquistar o mundo pela primeira vez.

Uma força que não acaba, que sequer diminui, e que nessa semana deu nova mostra do seu tamanho, pois, em tempos onde times considerados grandes têm média de público de 10 ou 12 mil, nós levamos 15 mil. Para o Pacaembu? Não! Lá o normal são 35 mil, seja em final de Libertadores ou primeira fase do Paulistão.

Nós, os loucos, levamos 15 mil para o aeroporto de Guarulhos, apenas para nos despedirmos dos nossos guerreiros que nos representarão do outro lado do mundo.

Quem não entende, procura explicações vazias, foca em meia dúzia de carrinhos virados, extintores acionados e rolos de papel jogados. São pequenos, em todos os sentidos.

Nós sabemos que força é essa. Nunca a vimos, mas a sentimos desde que nascemos. É um sentimento diferente de todos os outros, que nos faz até mesmo gostar mais de futebol que os outros.

Onde eles vêem um jogo que não vale nada, nós vemos o Corinthians. Onde vêem um jogo-treino contra um time pequeno, nós vemos o Corinthians. Onde vêem uma mera despedida para uma viagem, nós vemos o Corinthians, como um filho que vai passar férias em outro país.

E no fim desse chato campeonato brasileiro, o qual muitos praticamente já pediam para acabar, mesmo ainda tendo esse tal de Mundial pra disputar, nós já temos saudade do Corinthians...

Compartilhe:

0

Postar um comentário

Se você é Porco, Sardinha, Bambi ou torcedor de qualquer outro time de menor expressão e quer que seus comentários sejam aprovados, escolha bem suas palavras.

O blog é sobre o Corinthians e eu sou chato pra caralho.