segunda-feira, 29 de março de 2010

Per Aspera Ad Astra: A história do mais querido do mundo (Parte XX)

“Per Aspera Ad Astra”
Por Filipe Martins Gonçalves

O recém-empossado Manuel Correcher recebeu de José Martins da Costa, no final de 1934, um Corinthians recém-saído de uma daquelas crises titânicas…

A crise que começou em 1933 foi a mais contraditória de todas as crises do Corinthians Paulista, pois o Clube nadava, literalmente, em águas calmas na parte social, com muitos atletas, muitos associados, muita festa e muita vida em sua Sede.
A crise, antes de ser financeira, teve seu embrião neste “êxodo” de jogadores, como já dissemos no Capítulo XIX. Depois de meio time ter ido para a Italia, em 31, o Futebol do clube parecia ter ficado “esquecido”.

Foi essa acusação, uma das tantas que os Corinthianos da época fizeram à diretoria de Schürig, que fez com que se demitissem todos de seus cargos.
Na verdade, o time perdera sua ‘espinha dorsal’, e é sempre difícil reformular. Isso parece ser cíclico no Corinthians, é como a maré. Quem acompanha essa Saga se lembra que em 1917 aconteceu algo parecido.
Mas em 33 a coisa foi drástica. E a sede foi alvo de depredação de alguns associados, uma ala da Torcida mais radical, que sempre esteve presente no Corinthians.

Diante da catástrofe, a crise é conflagrada, e cai no colo de José Martins da Costa.
Bravo guerreiro, este Presidente não deixou a peteca cair…
E a levantou para Correcher. Na verdade, Correcher termina o trabalho de José Costa, e é parte dessa solução, como veremos.

A definitiva profissionalização do Futebol foi superada pela força do corpo social do Clube, além da Torcida, claro. E Correcher foi quem canalizou os esforços de todos os Corinthianos neste sentido.
O Corinthians, como sabemos, é um Gigante, e a ele basta uma condução acertada. No caso de Correcher, o carisma passava até adiante disso.
Era admirado, querido e exemplo de Corinthiano brigador.
Com ele é que o Corinthianismo se tornou de todo ‘espanholito’ – em todos os sentidos; a pimenta malagueta, o azeite fervendo, o modo intempestivo de agir, espontâneo de se expressar.

Com ele e com todo o contexto político e econômico do profissionalismo vigente, é terminada a época dos Presidentes que tinham que ser grandes mestres na arte de apaziguar assembléias.
Correcher era apoiado por todos os Corinthianos em todas as suas Corinthianíssimas atitudes.

“Con razón o sin razón, Corinthians tiene siempre razón”.
Esta frase se tornou símbolo de uma era de ouro do Corinthians.
O Corinthians sempre tem razão. Sempre. Isto resume o que ele significou para o Corinthianismo.
Depois de Correcher é que se pode entender o personalismo dos próximos presidentes.
De alguma forma, Correcher era o Corinthians, e vice-versa.

O Corinthians, bem conduzido, começa a jogar mais bola, volta a ter cara deTimão, volta a ser a máquina de jogar Futebol. Aos poucos.

Em 34 chega Teleco. E este goleador irá ostentar, pelo Corinthians, uma média histórica de mais de um gol por partida. Uma legenda.
O Coringão termina na 4ª colocação do campeonato.

Em 35, chega Mestre Brandão. Com Jango e Munhoz, forma-se uma das melhores linhas médias da História, depois da famosa linha da década de 20, Nerino, Guimarães e próprio Munhoz.
E com Jaú na zaga já se faz um time.
Del Debbio, Rato e De Maria retornam da Italia e Amílcar Barbuy volta ao Corinthians como técnico, mas não dura muito no cargo.

Foi nessa época que o Boca Juniors fez excursão no Brasil. Venceu por 4 a 0 o Botafogo do Rio. Sapecou o São Cristovão em 6 a 1. Empatou com o Vasco em 3 a 3, e com o Palestra em 1 a 1.
O último era o Corinthians, e os argentinos viriam para “ensinar”.
Nessa excursão, o Boca só perdeu para o Corinthians.
Aliás, os argentinos já perdiam por dois a zero quando resolveram fugir de uma goleada maior aos 20 minutos do segundo tempo.

Este episódio com o Boca Juniors tem seu “contra-exemplo” Corinthianista, de quando o jogo foi para o intervalo com o placar em 3 a 0 para o Vasco, em São Januário.
Os Corinthianos voltaram para a peleja, e no segundo tempo viraram o placar para 4 a 3.
O Corinthians era a cara do Correcher…
E termina o campeonato em 3º.

Em 36 o Corinthians é Campeão Paulista de basquete pela primeira das muitas vezes, iniciando uma das Tradições e Glórias mil do Coringão.
Nesse mesmo ano, no Futebol, o Corinthians consegue a ‘gigantesca’ proeza de permanecer invicto, e não ser campeão.
O Corinthians termina o campeonato em 2º.

Nessa época, o Corinthians fez uma excursão à Bahia de Todos os Santos.
Jogou com o Ypiranga, e o venceu nas duas oportunidades (2 a 1 e 2 a 0) com o Bahia (8 a 1 e 2 a 1) e com o Botafogo local (6 a 1). Era o Corinthians fazendo, em seu país, o que fazia o embaixador do Esporte Bretão.
Não é à toa que o Corinthians tem Torcida em todos os lugares. E existem Corinthians (clubes, times de várzea) espalhados em todos os cantos.

E em 37 já é, disparado na cidade, o que mais sócios tem. E por ser poliesportivo, tinha razão de ter tantos associados.
Em campo, o Coringão persegue o título até o fim – não deixaria acontecer de novo o que aconteceu em 36. O Palestra liderava o campeonato, sendo acompanhado de perto pelo Timão.
Eis que chega o jogo, no Parque Antárctica, contra o Palestra.
E Teleco, que jogou toda a partida machucado, faz o gol de cabeça. O Coringão vence por 1 a 0.
No sacrifício, o Herói Alvinegro colocou o Coringão na liderança, e bastou manter a diferença nas duas rodadas seguintes para pôr fim ao jejum até então mais demorado de sua Saga.

A História continua…

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domingo, 28 de março de 2010

Pré Jogo: Coringão X Bichagada

Salve, Nação!

É hora de mais um "clássico" com o freguês e é jogo de tudo ou nada visando nossa classificação pra semi do Paulista.
Tô sem tempo de procurar os detalhes, então vai só o mais importante que é nossa escalação:

Rafael Santos;
Moacir, P. André, Willian, Roberto Carlos;
Ralf, Jucilei, Elias, Danilo;
J. Henrique(Dentinho), Ronaldo.

Vai pra cima delas, Timão, da bicharada!

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quarta-feira, 24 de março de 2010

Pré Jogo: Corinthians X Paulista

Campeonato Paulita
16ª Rodada

- Ficha Técnica:
Data: 24/03/2010 (Quarta-Feira)
Horário: 21:50 (Horário de Brasília)
Local: Arena Barueri
Cidade: Barueri/SP

- Arbitragem:
Árbitro: Cleber Wellington Abade
Auxiliar 1: Luis Alexandre Nilsen
Auxiliar 2: Anderson Jose de Moraes Coelho

- Equipes prováveis:



CORINTHIANS
Felipe;
Moacir, Paulo André, Leandro Castan, Roberto Carlos;
Ralf, Elias, Tcheco, Morais;
Jorge Henrique, Ronaldo.


Téc.: Mano Menezes






PAULISTA
Vinícius;
Lucas, Márcio Santos, Marcelo Xavier , Raphael Martinho;
Baiano, Samuel Xavier, Bruno Formigone, Barboza;
Felipe Azevedo, Mazola.


Téc.: Wagner Lopes




- Atletas suspensos::
Nenhum

- Campanha do Timão:
Colocação: 4º
Jogos: 15
Vitórias:7
Empates: 5
Derrotas: 3
Aproveitamento: 57%

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segunda-feira, 22 de março de 2010

Per Aspera Ad Astra: A história do mais querido do mundo (Parte XIX)

O Time do Povo
Por Filipe Martins Gonçalves


Guido Giacomelli havia sido Presidente do Corinthians, e era ao mesmo tempo técnico do time, na época do primeiro (segundo!) Tri-Campeonato. E era o Diretor de Futebol quando Jaú, aturdido, veio lhe contar o que ocorrera.
Fazia ele, Jaú, sua fézinha na Casa Lotérica da Quinze de Novembro quando, de assalto, foi abordado por um senhor de chapéu verde e bochechas rosadas.
Era Rocco di Lorenzo, dirigente palestrino, a lhe oferecer a considerável quantia de 1 conto de réis. Assim, na lata.

Jaú não expressou surpresa. Não se intimidou tampouco se indignou.
Jaú era já rapaz vivido, e muito malandro botou a bufunfa no bolso e saiu, deixando o palestrino achando que estava na boa com aquilo tudo.

O palestrino queria que ele fizesse “corpo-mole”.
Que aliviasse para o próximo adversário, o que garantiria as coisas para o Palestra.

Guido ouvia o relato, indignado. Foi desse Coração Corinthianíssimo, de tanta dedicação e amor ao Clube do Povo, que brotou a indignação frente a esse arqui-rival.

Era o ano de 1932. O primeiro ano de Corinthians de Euclydes da Costa, apelidado Jahú por causa de sua impulsão. Era uma aeronave com boa autonomia de vôo para época, e muito famosa. O apelido ficou.

Neste ano a Revolução Constitucionalista foi iniciada e derrotada, um grande revés para a oligarquia paulista.
Que logo se reconciliou com aquilo que chamou de ditadura de Getúlio Vargas, antes da derrota. Mas isso é outro papo.

Guido levou Jaú à Associação Paulista de Esportes Athleticos. A tentativa de suborno do palestrino foi denunciada, e o palestrino foi suspenso de qualquer atividade administrativa nos esportes. O caso repercutiu por longo tempo, pelo país inteiro.

O campeonato de 32 foi o último campeonato amador da História do Futebol Paulista. Neste ano o Germânia encerra suas atividades no Futebol. Os orfãos do Internacional se juntam ao pessoal do Antárctica da Móoca, e criam o C.A.Paulista. O Futebol Paulista mudava, e o Corinthians acompanhava, sem perder sua veia Varzeana.

Em 1933 o Corinthians contrata o primeiro técnico profissional de sua História, o uruguaio Pedro Mazzulo. Passo necessário para essa reestruturação. A Diretoria, com Alfredo Schürig na Presidência, era muito boa. Alarico de Toledo Piza era o Vice, e seu irmão Wladimir era Secretário-Geral.

Durante a Presidência de Schürig foi quando o Corinthians, de fato, se tornou um clube poliesportivo. Com a crucial ajuda financeira deste Anjo-da-Guarda, o Corinthians teve estrutura para se profissionalizar no Futebol, e prosperar em sua vocação poliesportiva. O número de associados dobrou, e continuava aumentando. O Corinthians possuía atletas na natação, no remo, no basquete, no futebol, de todas as idades. E haviam os jogos de recreação, como a peteca, o tamboréu. O rio limpo e os jardins do Parque para passar o dia. O Corinthians tem sua Sede Grandiosa.

E, com tudo isso, o Corinthians atravessava a reestruturação do Futebol, uma crise que não parecia ter fim.

Conta-se que nessa época o Clube recebia telefonemas de inúmeros “olheiros” espalhados pelo Brasil todo. Ligavam espontaneamente, dizendo que havia um craque em sua cidade. E muitos chegavam ao Clube para a peneira, bancados pelos tais “olheiros”. Eram os Corinthianos de todos os cantos querendo arrumar o time…

Em crise, mas com sua Sede e sua História reconhecida no país todo, o Corinthians já era um clube nacional. O Campeão dos Campeões. E a multidão que o cercava havia se espalhado enormemente.

Mesmo que o time não fosse bem em campo, o Corinthians permanecia firme enquanto o próprio Futebol Paulista forjava suas crises.

E o próprio Corinthians convivia com as suas crises.

No final de 33, João Baptista Maurício assume a Presidência do Corinthians pela segunda vez, dezoito anos após a primeira. José Martins da Costa Junior assume alguns dias após a deposição de Baptista. A crise se prolonga. Em 1934, um dos maiores Presidentes da História do Corinthians assume: Manuel Correcher.

A História Continua…

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domingo, 21 de março de 2010

Ao eterno ídolo! #Senna50

Salve, Nação!

Palavras são escassas e desnecessárias para expressar o que Ayrton Senna da Silva representou para o Brasil como ídolo e para o Corinthians como torcedor declarado e fanático que sempre foi.
Hoje, esse gênio do automobilismo que nos deixou trágica e precocemente, completaria 50 anos e o Sport Club Corinthians Paulista prestou antes da partida desta tarde uma singela, mas merecida homenagem àquele que sempre será lembrado como o maior piloto de Fórmula 1 de todos os tempos e como Corinthiano que sempre representou com o manto usando-o até mesmo nas corridas, debaixo do macacão.

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Pré Jogo: Prudente X Corinthians

Campeonato Paulista 2010
15ª Rodada
- Ficha Técnica:
Data: 21/03/2010 (Domingo)
Horário:17:00 (Horário de Brasília)
Local: Eduardo José Farah (Prudentão)
Cidade: Presidente Pudente/SP

- Arbitragem:
Árbitro: Rodrigo Martins Cintra
Auxiliar 1: João Bourgalber Nobre Chaves
Auxiliar 2: Giulliano Neri Colisse

- Equipes prováveis:


PRUDENTE
Márcio;
Paulão, Leonardo, Diego, Paulo César;
Marcos Assunção, João Vítor, Wesley, Jefferson;
Tadeu, Flavinho.


Téc.: Toninho Cecílio




CORINTHIANS
Julio Cesar;
Moacir, Leandro Castán, Paulo André, Roberto Carlos;
Ralf, Edu, Tcheco, Danilo;
Jorge Henrique, Souza


Téc.: Mano Menezes



- Atletas suspensos::
Felipe

- Campanha do Timão:
Colocação: 4º
Jogos: 14
Vitórias:7
Empates: 5
Derrotas: 2
Aproveitamento: 61%

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sábado, 20 de março de 2010

Cerro Porteño X Corinthians: Líder isolado e o resto é resto...

Salve, Nação!

Como o Andres, o Mano, os jogadores, o Papa e o Raul Seixas já disseram, o Corinthians não joga pra dar show e foi isso que se viu no terceiro jogo da Libertadores disputado em Assunção no Paraguai.
O Corinthians foi com intuito de buscar a vitória e conquistar os três pontos e fez apenas o suficiente para atingir o seu objetivo.

O time aos poucos vai se desenhando e se adequando ao modo de jogo da Libertadores, onde nada é fácil. Entramos com três volantes, seguramos o jogo e quando surgiu a oportunidade atacamos e Ronaldo botou fim ao jejum após escanteio cobrado por Dentinho e desvio de calcanhar de Danilo.
No geral, gostei do comportamento da equipe, que apesar de jogar somento o necessário se mostrou aguerrida e calma quando se fez necessário.

Pra nos ajudar o outro confronto do grupo entre Racing e Independiente não saiu do 0 a 0, o que nos deu ainda mais folga na liderança do grupo e ainda com dois jogos por fazer em casa.


Notas Individuais:

Felipe: Pra mim é absoluto. Aparece bem sempre que exigido.

Moacir: A mais grata surpresa na partida. Marcando bem e ajudando no ataque.

Chicão: Jogo ao estilo "Chuta pro mato, que é campeonato". Muita firmeza e bom posicionamento.

Willian: Subiu de produção, o que não é muita coisa se considerarmos suas últimas partidas.

R. Carlos: Abre o olho, Dunga!

Ralf: Outra boa partida, começa a me lembrar o Cristian.

Jucilei: O coringa do nosso meio campo, chegando bem tanto na defesa quanto no ataque.

Elias: Já tô me acostumando com essa vibe de atacante na qual ele entrou.

Danilo: Joga o fino da bola. Ótimo passe e visão de jogo.

Dentinho: Infelizmente passou em branco nessa partida, mas sempre aparece bem no ataque e inferniza a defesa adversária.

Ronaldo: É gol!

Tcheco: Substituiu Danilo à altura e ajudou demais a segurar o resultado.

J. Henrique: Aprontou uma correria de endoidecer zagueiro quando entrou e segurou a bola no ataque. Será que é reserva?

Souza: Entrou bem de novo e só não fez o seu porque pensou demais.

Melhores Momentos:

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quarta-feira, 17 de março de 2010

Per Aspera Ad Astra: A história do mais querido do mundo (Parte XVIII)

O Time do Povo
Por Filipe Martins Gonçalves


Já corria o ano de 1931 quando o Corinthians Paulista se sagrou pela terceira (quarta!) vez Tri-Campeão, pelo campeonato de 30, na tradição que o nosso Futebol sempre teve de encerrar os campeonatos no ano seguinte.

No Brasil, a República Velha terminava com a Revolução de 30.
Com o fim da República Velha, os oligarcas paulistas perdiam poder político e econômico. A revolução liderada por Minas, Rio Grande do Sul e Paraíba teria uma resposta na malfadada Revolução Constitucionalista de 1932, que mexeu ainda mais com o brio dos Paulistas.
É importante notar que o que impulsionou de fato o golpe (é comum neste país chamar golpe de “Revolução”) foi o enfraquecimento financeiro desta oligarquia por conta da Crise de 29. As oligarquias de outras regiões, oportunamente, se lançaram à este golpe principalmente por conta desse enfraquecimento.

Enquanto o Corinthians era campeão, os clubes da elite perdiam força. Por aqui, aquela Liga Amadora, reconhecida pelo público como “marrom” (pois os jogadores eram aliciados mediante grana, e nada menos que isso), mas que a imprensa da época se costumou a “preferir”, se via em gravíssima crise financeira, da mesma forma que o próprio Paulistano, ele que era o mantenedor e campeão constante da Liga.
O Futebol pretendia acabar com o falso amadorismo de vez. E tentava caminhar na direção do profissionalismo.

A APEA, reunificando o Futebol Paulista após o Paulistano e a A.A. Palmeiras se extingüirem, assistia o Corinthians Tri-Campeão, goleando o Santos por 5 a 2 em plena Baixada.

Mas esse episódio deveria ficar mais claro, pois não são fatos isolados que se articularam para culminar nesta “solução” que trataremos com a máxima brevidade devida.
Pois a A.A.Palmeiras, na verdade, sofreu uma falência, tendo sido socorrida pelo pessoal do Paulistano, que por sua vez foram destituídos de clube pela própria direção, que resolvera acabar com o departamento de Futebol – por não aceitar o falso amadorismo, como é a versão oficial.

E então buscamos o passado do resultado da fusão entre estas duas “entidades”, e chegamos à criação de um clube que surgia para se tornar, além do time novo daquela elite quase falida, bambeante, que precisava agradar Getúlio para se manter no status quo, também uma espécie de estandarte do novo Futebol que se pretendia oficializar profissional.
Era o clube dos políticos e editores de jornal. Encomendaram a um estilista a confecção tanto do uniforme quanto do distintivo (sic), e jogaram o primeiro campeonato no ano em que o Corinthians sagrava-se Tri-Campeão. Começaram sendo vices do Coringão.
Em breve voltaremos a esse assunto.

Em 1931 os Corinthianos viam o time desmontar. Jogadores receberam proposta do futebol profissional italiano e aceitaram a oferta. Não havia como o Corinthians segurá-los. Eles não ganhavam nada no Corinthians, a não ser o carinho do povo.
E por causa deste carinho é que ganhavam também muitos campeonatos.
Mas no Corinthians, diferente de quase todos os clubes da época, os jogadores só ganhariam o bicho da vitória, uma comemoração com chopp à vontade, e teriam de trabalhar como todo mundo no dia seguinte.

Os quatro jogadores que foram ganhar a Italia foram De Maria (goleador que fez o primeiro gol da Fazendinha), Del Debbio (o melhor zagueiro da época, recordista em número de títulos pelo Corinthians), Filó (companheiro de Friedenreich no clube que se extinguira, e veio para o Corinthians) e Rato (o “antepassado” do Luizinho Pequeno Polegar, irreverente driblador, que havia jogado uma década pelo Clube do Povo e sido duas vezes Tri).
E a Fiel perdia Tuffy, o primeiro goleiro ídolo, antepassado de Gilmar e Ronaldo. O baque não foi pouco em 31, o Corinthians terminou o ano na metade da tabela, e a Torcida via os empregos escassearem, as melhorias na Fazendinha tardarem, e mesmo com Schürig na presidência, a crise foi feia.

O time que demorou a ser montado na década passada era desmontado, nisso que parece ser uma sina Corinthiana desde sua origem – a Várzea.
E com o profissionalismo em vista, a administração do Clube tomaria literal surra até entrar nos “eixos” que estavam em voga.
Alfredo Schürig, na história da Presidência Corinthiana, é uma transição daquele tipo de presidente “mediador de assembléia” (como era Alexandre Magnani, Ricardo Oliveira, J.B.Maurício, Ernesto Cassano, por exemplo) para os “solucionadores” (Schürig, Correcher e, posteriormente, Alfredo Ignácio Trindade).
Era um tipo cartola ao estilo mecenas, que não tirava nada do Clube, não visava coisa alguma a não ser a paixão, um “paizão”, enfim, ele não resiste à crise Corinthiana de 1933. E com ele se vai toda a diretoria.
José Martins Costa assume numa crise que parecia sem fim, e termina por se demitir do cargo em pouco mais de um ano.
O time, então, demorou a engrenar novamente. Chegava para a zaga Jaú, para a ponta direita Lopes, Jango era o médio-direito. Teleco chega em 1934. Brandão, em 1935, ano em que Teleco é artilheiro pela primeira vez.

Enquanto isso, aquela fachada inaugurada no começo da década se via em mais uma falência enquanto era vice do então chamado Palestra Italia.
E o Futebol Paulista, nominalmente profissional desde 1933, assistia à sua terceira cisão.

A História Continua…

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Relembrar é viver!



Vai, Corinthians!

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Pré Jogo: Cerro Porteño X Corinthians

Ficha Técnica:
Data: 17 de março de 2010
Horário: 21h50 (Horário de Brasília)
Local: Estádio Defensores del Chaco
Cidade: Assunção (PAR)

Arbitragem
Árbitro: Pablo Antonio Pozo (CHI)
Auxiliar 1: Patricio Antonio Basualto (CHI)
Auxiliar 2: Julio Andrés Díaz Pardo (CHI)

Atletas Suspensos:
Nenhum

Classificação do Grupo 1:









Raio-X da Partida:

O Corinthians:
Líder isolado do grupo 1, o Corinthians faz o seu segundo jogo fora de casa na competição. O único desfalque é Alessandro que mesmo recuperado da lesão na coxa foi poupado por Mano Menezes por precaução. O jogo deve ser mais fácil do que o de Bogotá, por não haver o fator altitude, pela provável presença de mais torcedores Corinthianos e pela fase ruim que o adversário se encontra na competição.
Os 3 pontos de hoje são essenciais para uma passagem tranquila às oitavas de final.

O Adversário:
O Cerro, atual campeão Paraguaio e líder do Torneio Apertura, não vive bom momento na Libertadoressendo o lanterna do grupo com apenas 1 ponto conquistado. Mesmo assim há de se lembrar que é um time de tradição no Paraguai e que jogará em casa, apoiado pela sua grande torcida. Contam hoje com a volta do seu capitão Jorge Brítez e também de Jorge Nuñez que cumpriam suspensão por expulsões na Sulamericana 2009.

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terça-feira, 16 de março de 2010

Deco chegando?

O meia Deco (foto) poderá ser o próximo craque a chegar ao Parque São Jorge. Segundo informações do Painel FC da Folha de S. Paulo, na edição desta segunda-feira, o jogador tem grandes chances de acertar com o clube para agosto, quando abre-se a próxima janela de transferências internacionais.

Os comentários nos corredores do Timão é que a cúpula corintiana se reunirá nos próximos dias com o agente do meio-campista do Chelsea, nos próximos dias. A intenção é definir logo a situação, já que Deco revelou que está decidido a voltar ao Brasil.

Um dos grandes motivos para o luso-brasileiro querer voltar é o fato de estar sendo pouco aproveitado pelo técnico Carlo Ancelotti. Foram 21 jogos em toda temporada, sendo que somente em dez jogos da Premier League ele começou como titular.

O retorno ao Corinthians realizaria dois sonhos de Deco, voltar à sua terra natal e ao seu time do coração, no qual foi revelado. O Timão foi o único time brasileiro onde o jogador atuou como profissional, mesmo que em uma breve passagem.

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Corinthians X Santo André: Quase lá...

Salve, Nação!

Até que enfim o time demonstrou outra atitude e deu o recado de que ainda está na briga por tudo que disputa.
Entramos pra cima do Santo André, adiantando a marcação e encuralando o adversário no seu campo de defesa, tanto que em 10 minutos de jogo já tinhámos vantagem de dois gols no placar.

E que gols! Dois para entrarem na história do Coringão.

O primeiro foi o gol 10.000 da história Corinthiana e saiu dos pés do mais Corinthiano de todos os jogadores do elenco, Dentinho, que merecia, além de tudo por já ter feito os 4 anteriores.
O segundo foi do maior lateral esquerdo que eu já vi jogar e qu agora é do Coringão, Roberto Carlos, bem ao seu estilo, uma bomba de fora da área no ãngulo do  goleiro, descrito pelo Robertão como um dos mais bonitos da sua carreira.

Ainda tomamos um gol no final do primeiro tempo, mas na segunda etapa estivemos em superioridade numérica e dominamos totalmente a partida até mesmo desperdiçando várias chances de ampliar o placar.
Destaque para Ronaldo que jogou muito e deu assistência pros nossos dois gols.
Agora é ir embalado pra quarta feira ir ao Paraguai e voltar com 3 pontos na bagagem.

Vai, Corinthians!


Notas Individuais:

Felipe: Sem culpa no gol. Perfeito no resto da partida.

Moacir: Bem no jogo, principalmente jogando mais adiantado no segundo tempo. Tomara que o Mano tenha aprendido que ele é o reserva da lateral direita.

Chicão: Hoje foi bem, se mostrando seguro em quase todos os lances.

Willian: Hoje apareceu pouco, mas ainda precisa melhorar.

R. Carlos: Sua melhor partida até agora, bom passe, boa composição da linha de impedimento e um GOLAÇO!

Ralf: O ratoeira, como sempre, desarmou sempre que necessário.

Jucilei: Boa partida do garoto. Por incrível que pareça errou poucos passes.

Elias: Jogou bem. Correu, tocou, finalizou. Prejudicado por ser escalado como meia.

J. Henrique: Hoje não conseguiu render o esperado

Dentinho: Nota 10.000!

Ronaldo: Não precisa fazer gol pra ser fenômeno. Partida maestral.

Morais: Melhorou o ritmo de um meio campo cansado. Vem logo, Deco!

Iarley: Não tem aproveitado as chances. Eu esperava bem mais dele.

Marcelo Mattos: Entrou, mas não entrou. E NÃO é lateral!

Melhores Momentos:

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quarta-feira, 10 de março de 2010

Independiente X Corinthians: Bora engrenar, time!


Salve, Nação!

No segundo jogo pela Libertadores, o Coringão foi à Bogotá enfrentar o Independiente e voltou com um pontinho na mala. Ponto esse que, levando em consideração a escalação do time, a altitude, e o futebol apresentado ficou de muito bom tamanho.
Quando o time entrou em campo, eu até entendi a opção do Mano por apenas um meia tentando segurar mais o jogo. Quando vi que Alessandro também não estava em campo, procurei por Moacir que seria o reserva. Não encontrei.
Quando vi Jucilei em campo fiquei mais tranquilo, porque o garoto já fez boas partidas na lateral. Qual não foi minha surpresa quando descobri que Juci ia ser volante e que o volante improvisado na direita seria Marcelo Mattos...
Sustos iniciais à parte, o Corinthians jogou um futebol burocrático. Parecia com medo de correr na altitude. Que o diga Ronaldo que arrisco dizer que nos deixou com um a menos enquanto esteve em campo.
Para nossa sorte, apesar da nossa atuação mediana, o adversário não era lá essas coisas, perdeu várias chances claras de marcar e só mexeu no placar com a ajuda do trio de arbitragem.
Mano, que já havia colocado Dentinho no lugar de Danilo e Souza no lugar de Ronaldo, mexeu de novo colocando Morais no lugar de Marcelo Mattos, o que levou o time mais ao ataque.
Eis que quando o resultado parecia imutável, Jorge Henrique recupera uma bola na linha de fundo e passa para Dentinho que sai de dois adversários e da entrada da área manda um balaço no ângulo esquerdo do goleiro e salva o Timão mais uma vez.
Com o empate, o Corinthians vai a 4 pontos e se isola na liderança do Grupo 1 da competição.

Notas:

Felipe: Demonstrou segurança, apesar do "monstro" da altitude.

Marcelo Mattos: Como lateral direito é um primeiro volante mediano.

Chicão: Pra mim falhou no gol.

William: Lento demais. Tenho medo da nossa zaga.

Roberto Carlos: Apareceu pouco pra apoiar, talvez pela grande movimentação pelo lado direito do ataque adversário.

Ralf: Raça e vigor físico. Vai brilhar muito.

Jucilei: De novo errando passes bobos. Talvez sua pior atuação pelo Timão Ever.

Elias: Não é meia, Mano!

Danilo: Caiu demais pras laterais, mas é nosso melhor meia no elenco.

Jorge Henrique: Se não fosse pelos escanteios bizarros no final levava um DEZ. Bela jogada no nosso gol.

Ronaldo: Vai destruir nas finais. Eu tenho fé.

Dentinho: Salvou de novo. TEM que ser titular.

Souza: Como não é 3 vezes melhor do mundo e maior artilheiro de todas as copas, sempre demonstra vontade e busca seu espaço.

Morais: Pouco tempo em campo, mas mudou a postura do ataque.

Melhores Momentos:

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Pré Jogo: Independiente X Corinthians

Ficha Técnica:
Data: 10 de março de 2010
Horário: 21h50 (Horário de Brasília)
Local: Estádio El Campín
Cidade: Bogotá - COL

Arbitragem
Árbitro: Sérgio Pezzotta (ARG)
Auxiliar 1: Ariel Bustos (ARG)
Auxiliar 2: Alejo Castany (ARG)
Prováveis Escalações:
Atletas Suspensos:
Nenhum

Classificação do Grupo 1:







Raio-X da Partida:

O Corinthians:
Líder do grupo 1 e finalmente com o time considerado por muitos o ideal, o Corinthians vai à Bogotá enfrentar a altitude e a pressão de vencer fora de casa e se aproximar da classificação para a fase de mata mata.


O Adversário:
O Independiente, apesar da tradição tendo sido 4 vezes campeão nacional, vem de tropeços na competição.
Também devem sofrer com a altitude de Bogotá já que Medelin tem altitude similar à de São Paulo.

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terça-feira, 9 de março de 2010

Per Aspera Ad Astra: A história do mais querido do mundo (Capítulo XVII)

“Per Aspera Ad Astra”
Por Filipe Martins
A década de 20 foi a conseqüência óbvia da luta dos Corinthianos para vencer um dragão por dia, a cada dia, na primeira década de vida do Corinthians.
Se o caminho trilhado foi o da superação completa e irrestrita, a década de 20 foi a consagração do Corinthians Paulista. O Corinthians se consolidou, nesta década considerada dourada; “Colheita gloriosa da semeadura feita, com amor (…) nos dez anos anteriores”¹…

Corinthians conquista o país, se nacionaliza. Na década de 20, o Coringão é falado no Brasil todo. Mas sem luta, nada seria.
Como no ano de 1915, em uma crise que parecia não ter fim e mesmo assim o Corinthians permaneceu invicto, em campo e nos corações.
E foi alijado da disputa oficial. Em 1916 deveria ter se sagrado tri-campeão invicto (nas três oportunidades, invicto!), não fosse a mesquinhez de uma rasteira de quem se considerava “dono da bola”.
Foi na década seguinte, portanto, que os frutos desse esforço conjunto ganhou corpo, saiu da idéia e aconteceu na realidade. O Corinthians mostrava a força de seu arrojo, tendo como cenário a Ponte Grande.

O Campeão do Centenário (e campeão entre os campeões no Brasil do ano de 22), o Corinthians veria a espinha dorsal Neco-Amílcar comandar a primeira década e o Bi-Campeonato de 22-23, apesar de ter de dividir os jogadores com a Seleção.
O segundo tri-campeonato (considerando desfeita a injustiça iníqua do ano de 1915) do Corinthians acontece naturalmente, sob a batuta de Guido Giacomelli e seus craques, mas em 1923, único ano que a Ponte Grande viu a Festa de comemoração de um campeonato, essa espinha dorsal é desfeita.

Grané chega ao Corinthians, compensando a ausência de Amílcar, e com Del Debbio fazem a melhor dupla de zaga que já se tinha tido notícia. De 25 a 27 o Corinthians passou resolvendo pendências, ajustando o time novamente.
Época de Gambarotta, apelidado Gamba, o artilheiro do Centenário. Que durante os anos de 26 a 28 jogou com seu irmão, o Gambinha. Os dois irmãos eram centroavantes, mas havia um terceiro, que figurava entre os reservas e era médio². Rato, Rodrigues, Tatu, Colombo, Tuffy. Guido, o presidente que era técnico.
E Neco, claro. Que em 1927 arrumou encrenca em um jogo contra a lusa e foi achincalhado pelos jornais. Não havia sido primeira, nem a última encrenca que Neco arrumara, mas o Corinthians “precisava” ter sua imagem pejorativamente tratada. Desde sempre.

A “liga amadora” necessitava de factóides para manter a versão do futebol “ilibado” que os clubes filiados a tal liga mantinham.
Com Neco fizeram o que fizeram também ao Pequeno Polegar, durante a década de 50; não o convocavam para a Seleção, pois representava o Corinthianismo demais.
Além disso, a Fazendinha é comprada, reformada, inaugurada, e logo no ano de inauguração do campo é coroada com mais um campeonato, em 28. O “Clube dos Carroceiros” se consagrava, com sua Sede e seu Timão.

Em 1929 Neco recebe a homenagem que pode ser contemplada nos jardins do Parque São Jorge.
Seu busto representa muito mais que o reconhecimento de tudo o que Manuel Nunes fez pelo Corinthians e pelo Futebol. É uma posição “política” dos associados do Corinthians Paulista, respondendo ao que se fazia da imagem deste Guerreiro, na época.
Da espinha dorsal, conta-se que Amilcar era o grande craque. Mas foi Neco quem teve a bravura de driblar quatro uruguaios e amaciar a bola para Friedenreich apenas rolar pra rede; o Brasil era pela primeira vez, campeão Sul-Americano.
Amílcar era o técnico, mas quem ficou reconhecido por aliar habilidade com espírito incomum de luta foi Neco. E quem jamais abandonou o Corinthians, foi Neco.

Em 1930 já encerrava a carreira, e ainda comemorou o terceiro Tri (1915!).
Em vinte anos de Vida e História, o Corinthians foi campeão nove vezes, todas as vezes com Neco. Sendo que os três primeiros anos de vida foram vividos na Várzea.
Corinthians, todos sabem,começou pequeno... Um Gigante que nasceu amparado por sua Torcida. E Neco começou na Torcida, foi ao Campo, depois permaneceu na Torcida. Jamais abandonou o barco. O Corinthians era mais que completamente, a vida, a história e o amor de Neco.
Que na década de 20 viu seu próprio apogeu e encerramento. Mesmo na decadência Neco foi vitorioso. Depois foi técnico, quando o Futebol já era profissional.
Aquela turma de começo do século, que sempre procurou afastar o Povo do Futebol, agora trocava de fachada.

A A.A. das Palmeiras se diluiu em futebol pífio, e as senhorinhas do Paulistano não queriam ver seu patrimônio arriscado no profissionalismo, e, como conseqüência disso, perder o chá-da-cinco cotidiano.
A aventura da “liga amadora” foi custosa…
Nos manuais irá  se encontrar o departamento de Futebol do Paulistano foi “encerrado”, mas não foi tanto assim, as pendências tinham que ser liquidadas; a questão é como. Mas isso é outra história.
E no ano de 1930, quando Schürig se elegeu Presidente, o Corinthians foi campeão e o Futebol Paulista se reunificava novamente. O profissionalismo de fato era o caminho buscado, realizado de fato apenas em 1933.

É em 30 que o primeiro Hino Corinthiano é composto.
Mas em 31 vários jogadores vão para a Itália. Tuffy, o primeiro goleiro a ser grande ídolo, vem a falecer. Aquele Timão se esfacela, e a Fiel amargará a primeira de suas muitas “filas”. Para os Corinthianos, “filas” são aqueles períodos para jejuar, pois para o Povo nada é fácil, e toda luta por mais inglória que possa parecer, pelo Corinthians é sempre gloriosa. São períodos em que transformamos o veneno das crises (reais ou plantadas) em antídoto contra essas próprias crises. E crise foi o que não faltou na década de 30.

E a História continua…

*******

¹ Segundo capítulo do livro “Corinthians, sua história, suas glórias”, página 26. Trata-se de uma coleção de fascículos lançados pelo Corinthians em meados de 1969, do 1º ao 8º, completando uma obra de cerca de 180 páginas.

²Assim eram chamados os jogadores que hoje chamamos volantes.

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Extracampo: Acelera, Timão!

Salve, Nação!

Depois de participar da Fórmula Superleague no ano passado, noso departamento de marketing parece ter gostado das pistas e resolveu investir em várias categorias no ano do centenário.


A primeira categoria a ser anunciada foi a Stock Car, onde o carro alvinegro será conduzido por Ricardo Zonta.
Em seguida confirmou-se também a participação na Fórmula Truck em parceria com a RVR MotorSport com caminhão pilotado por Roberval Andrade, campeão da categoria em 2002 e vice em 2005 e 2007.
Por fim, na categoria GT3, Linneu Linard, Campeão na Stock em 2006, pilotará a Ferrari F430 que carregará as cores sagradas do Todo Poderoso.
Com tais ações o dapartamento de marketing pretende expandir a exploração da marca Corinthians em vários esportes, aumentando os ganhos e arrebatando torcedores.
Acelera, Corinthians!

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segunda-feira, 8 de março de 2010

Corinthians X São Caetano: De olho na América


Salve, Nação!

Mais uma partida no Paulista com a cabeça na Libertadores.
O Coringão entrou desfalcado, com menos motivação do que se esperava e visivelmente evitando os desgaste para o jogo de quarta feira na altitude de Bogotá.
Ainda assim 1 a 0 ficou barato diante da proposta de jogo do São Caetano que se armou pra ganhar um ponto.
O Corinthians dominou a partida, criou chances, pecou na finalização. No segundo tempo com a entrada de mais titulares, nosso ataque ganhou em qualidade e velocidade e o gol, mesmo que um pouco tarde, veio naturalmente na cabeçada de Dentinho, que deve voltar ao time titular imediatamente.
O saldo foi bom. Três pontos que nos garantiram a volta ao G-4.
Agora é pensar no jogo de quarta feira, rumo à conquista da América.
Vai, Corinthians!

As Notas:


Felipe: Uma linda na defesa no chute desviado por Paulo André. No mais, só faltou um drink pra se sentir nas cativas.

Alessandro: Melhor partida das suas últimas três, mas ainda pode e deve melhorar.

Paulo André: Apesar da falta de ofensividade do adversário, foi bem sempre que exigido.

L. Castán: Idem. Ibidem.


R. Carlos: O gol de falta tá ficando maduro. Tira um pouco de força nos cruzamentos, Robertão!

Ralf: Mais solto pelo esquema do São Caetano, apareceu no ataque como elemento surpresa. Boa partida.


Jucilei: Mantendo a regularidade até nos passes errados.

Morais: Passa a bola, bezouro...

Danilo: Dá qualidade ao meio campo e faz R. Carlos aparecer mais no jogo. Ainda meio fora de forma, mas vai brilhar muito.

Iarley: Até quando?

Souza: Te cuida, Ronaldo!

J. Henrique: Cruzamento perfeito pro gol de Dentinho. Joga demais esse baixinho.

Dentinho: Titular na quarta feira. Sem mais.

Elias: Deu novo ânimo ao time e poderia ter feito dois de novo.

Mano: Substituições óbvias pela situação da partida, mas eficientes.

Os Melhores Momentos:

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Corinthians X Botafogo-SP: Jogando pontos fora


Salve, Nação!

A proposta aqui é apoiar incondicionlemente, mesmo com um caminhão de empates, mesmo com derrotas. Só que uma coisa não é tolerada: Falta de vontade.
E é essa impressão que o time deixou hoje no Paca. No ano passado, os dois títulos do primeiro semestre foram o cala boca perfeito e fizeram a torcida assistir calada a patifaria que foi nosso Campeonato Brasileiro.
Mas esse ano não! É o ano do nosso Centenário. E mesmo que ganhemos a Libertadores, mediocridade não será aceita nas outras competições.
Aqui é CORINTHIANS, porra!
É bom que os nossos guerreiros comecem a tirar os saltinhos e vestir as botas de combate, porque "se o Corinthians não ganhar olê olê olá..." O resto vocês já sabem.


As Notas:

Felipe: Tomou um gol que poderia ser evitado e uma bola na trave. Abre o olho!

Alessandro: Deu o passe pro gol, mas poderia ter se esforçado mais no restante da partida.

Chicão: Tentou ajudar o ataque, falhou algumas vezes na zaga, mas nada que comprometesse.

L. Castán: Partida regular. Acho que poderia ter evitado o chute no gol adversário.

Dodô: Gosto do apoio dele ao ataque. Ainda vai crecer bastante no time.

Jucilei: Dessa vez de primeiro volante. Pela enésima vez uma boa partida.

Elias: O que demonstrou menos vontade. Que foi, garotão?

J. Henrique: O que mais me deixa com medo. Se o motor do time entra nessa onde de corpo mole estaremos perdidos.

Tcheco: Fez boa partida no que diz respeito à variações de jogadas. Permite que os companheiros de defesa subam e que os de ataque se infiltrem. Pena que Elias não veio pro jogo dessa vez.

Dentinho: Em busca da titularidade foi o melhor em campo, não só pelo gol. Volta o garoto pros titulares, Mano!

Ronaldo: Tomara que encontre logo o caminho do gol.

Edu: Na lateral esquerda? Valha-me, meu São Jorge!


Ralf: Não entendi quando não entrou jogando. Não entendi por que entrou no lugar do Tcheco e não do Elias.

Souza: Pouco tempo pra avaliar.


Os Gols:

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sexta-feira, 5 de março de 2010

Per Aspera Ad Astra: A história do mais querido do mundo (Capítulo XVI)

O Time do Povo
Por Filipe Martins Gonçalves

Antes de mais nada, pois faz-se necessário, começou 2010.
Ano mais que especialíssimo.
O Clube que não sobreviveria ao próximo inverno, em 1910, fará um século de História.
Sem exagerar uma vírgula, a História mais bela e que nenhum outro clube no mundo tem igual. E para o Corinthiano, só isso já é motivo para Festa.

Dito isso, retomemos a Saga Corinthiana. Por aqui parávamos na quase inaugurada Fazendinha. O Parque São Jorge, comprado dos sócios Assad e Nagib, ainda será pago em 12 parcelas anuais, conforme o contrato.
Do próprio bolso, dos bolsos dos seus sócios, portanto, o Clube do Povo adquire sua Sede definitiva.

O Corinthians já havia jogado ali no Parque São Jorge, contra o Sírio, em 1925. Mas para inaugurar o campo ainda levou um tempo.
Os Corinthianos fizeram mutirão para reformar as dependências do Estádio que viria a se chamar Alfredo Schürig, o que não foi por acaso.

O Corinthians apareceu definitivamente pela porta de seu escritório.
Ele era dono da fábrica de parafusos Santa Rosa, era também amigo de Alcântara Machado (ver capítulos anteriores), e era inevitável que alguém lhe sugerisse entrar no rateio, que muitos de seus funcionários organizavam, assim como eram organizados em todas as fábricas da cidade.
Foi dessa forma que o Corinthians surgiu e cresceu; por rateios.
Enfim, Schürig já ouvia falar bastante do Corinthians, mas ainda apenas lhe agradava a idéia do esforço daqueles operários.
Não havia ajudado financeiramente. Ainda não era sócio.
E o Corinthians ainda construía sua Sede na Ponte Grande quando o destino colocava o Corinthians definitivamente no coração de Schürig, e ele oferecia pela primeira vez todos os parafusos que a obra necessitou, quando seu funcionário veio lhe bater na porta do escritório.

Assim o fez novamente, na Fazendinha, depois de se tornar sócio.
As arquibancadas da Fazendinha eram de madeira, e o parafuso foi doado por Schürig. E boa parte da dinheirama que o Corinthians tinha a obrigação de pagar pela primeira gleba da Fazendinha (posteriormente o Corinthians adquire o outro lado da Rua São Jorge) foi arcada por ele.
Era um entusiasta do Corinthianismo, antes de se dedicar de coração e alma ao Corinthians. Gostava de Futebol desde antes do Corinthians nascer, foi ver o Corinthian inglês no Velódromo, mas não se entusiasmava com time nenhum, até que o Corinthians lhe surgiu.

Ernesto Cassano, presidente que contraiu a dívida da Fazendinha, um passo ousado e necessário para o Clube se firmar, deixava a presidência para Felipe Collona assumir. Schürig foi eleito vice. Era o ano de 1926, e se não honrasse os compromissos, o Corinthians veria todo o esforço ir por água abaixo.
No final daquele ano, Wladimir de Toledo Piza, que era sócio, médico e filho do delegado que vivia tendo problemas com o Botafogo da Rua Paula Souza há exatos cem anos atrás, foi quem precisou levar a aflição Corinthiana ao peito de Schürig.
A situação não estava fácil. E com o presidente presente, andando pela Fazendinha, lamentou para Schürig; “O Clube não tem o dinheiro todo para a prestação, Alfredo”.

Schürig tirou do bolso 30 mil contos, a metade que faltava para a segunda parcela.
E quebrou o gelo da conversa dizendo; “Nós vamos precisar de muito parafuso aqui!”.
E pela enésima vez a Santa Rosa de Schürig ajudou o Corinthians. Ajudou ainda nos pagamentos das parcelas que viriam, também.

Enquanto tudo isso afligia a Diretoria, os Corinthianos seguiam construindo a Sede, e desbravando o Parque São Jorge e o rio.
Del Debbio, craque dentro das quatro linhas, principiava a formar a primeira geração da Natação Corinthiana, como técnico. A primeira quadra de basquete do Parque São Jorge estava nos planos, e foi inaugurada em 28, de saibro, considerada uma das melhores da cidade. A peteca começaria só em 29.
O primeiro esporte ao qual os Corinthianos se dedicaram quando chegaram ao Parque, porém, foi o remo. O Corinthians comprou do Espéria dez barcos em excelente estado. E se lançou às águas do rio com a luta de Corinthianos que compreendiam o potencial esportivo do Corinthians. Isso em 1926.

As coisas estavam mais ou menos neste pé, a correria para construir a Fazendinha, e uma nova cisão no Futebol acontecia. O Paulistano se queixava da falta de amadorismo, mas se recusava a aceitar o profissionalismo. Em campo, passou a tomar vareio dos Clubes populares. O Corinthians, Tri-Campeão de 1922, 1923 e 1924, é o vice em 1925, quando Feitiço desponta no Futebol na Associação Atlética São Bento, da capital, e é campeão deste ano. Em 1926 o Paulistano abandona a APEA, que ele mesmo havia fundado, em 1913, para tentar colocar para escanteio o Corinthians, e os Clubes populares. E cria a Liga dos Amadores de Futebol. Ali, finalmente, pôde ser campeão. A APEA quem ganhou foi o Palestra.
O Corinthians arrumava o time, ainda, em 1927. Houve um triangular decisivo contra o Santos e o Palestra, que ganhou novamente. O Paulistano também ganhou. Mas o Corinthians ainda retomava fôlego, rearrumava o Time. Algumas peças haviam saído, e naquela época não era tão simples repor.
Tempos áureos estavam por vir, e os esforços dos Corinthianos resultariam em bons frutos.

O Estádio Alfredo Schürig foi inaugurado em 22 de julho de 1928, em um jogo comemorativo contra o América carioca. Alexandre De Maria, o ponta-esquerda recordista de gols do Corinthians, que tinha 1,90 metro, foi quem inaugurou a rede da Fazendinha. Aos 29 segundos do primeiro tempo! A partida terminou empatada em 2 a 2.
De quebra, neste ano de 1928, o Coringão é o campeão.

E a História continua…

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quinta-feira, 4 de março de 2010

Pré Jogo: Corinthians X Botafogo-SP

Campeonato Paulista 2010
12ª Rodada
- Ficha Técnica:
Data: 04/03/2010 (Quinta - Feira)
Horário:17:00 (Horário de Brasília)
Local: Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho (Pacaembu)
Cidade: São Paulo/SP

- Arbitragem:
Árbitro: Luiz Flavio de Oliveira
Auxiliar 1: Alessandro Pitol Arantes
Auxiliar 2: João Edilson de Andrade

- Equipes prováveis:

CORINTHIANS
Felipe;
Alessandro, Paulo André (Leandro Castán), Chicão, Dodô;
Ralf, Elias, Tcheco, Jorge Henrique;
Dentinho, Ronaldo.


Téc.: Mano Menezes



BOTAFOGO-SP
Wéverton;
Jonas, Cleiton, Leandro Amaro, Andrezinho;
Rodrigo Pontes, Augusto Recife, Xuxa, João Henrique;
William, Malaquias


Téc.: José Galli Neto



- Atletas suspensos::
Moacir, Roberto Carlos

- Campanha do Timão:
Colocação: 5º
Jogos: 11
Vitórias:5
Empates: 4
Derrotas: 2
Aproveitamento: 57%

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Santos X Corinthians: 90 minutos de fama


Salve, Nação!

Antes de comentar o assalto sofrido pelo Timão na Vila, vamos à ficha técnica:

- Ficha Técnica:
Data:28/02/2010 (Domingo)
Horário:17:00 (Horário de Brasília)
Local: Vila Belmiro
Cidade: Santos/SP

- Arbitragem:
Árbitro: José Henrique de Carvalho
Auxiliar 1: Celso Barbosa de Oliveira
Auxiliar 2: Giovani Cesar Canzian

- Escalações:


SANTOS
Felipe;
R. Brum, E. Dracena, Durval, Pará;
Arouca, Weslwy, Marquinhos, Ganso;
Neymar, André.


Téc.: Dorival Jr.



CORINTHIANS
Felipe;
Alessandro, Chicão, Willian, Roberto Carlos;
Ralf, Elias, Tcheco, J. Henrique;
Dentinho, Ronaldo.


Téc.: Mano Menezes




O jogo:
O Coringão resolveu não poupar ninguém e veio com o time completo pra cima das sardinhas que só não contavam com Robinho, servindo a seleção. O que nós não contávamos e com a pataquada que a arbitragem realizaria em campo.
O Santos realmente esteve melhor na partida, perdendo um pênalti muito bem defendido por Felipe logo no começo e chegando ao gol minutos depois com Neymar. Ronaldo e Dentinho ainda tentaram igualar em jogada maestral, mas a bicicleta parou no goleiro adversário
No segundo tempo, as Sardinhas ampliaram com André, o Timão descontou com Dentinho em bela jogada de Ronaldo. Mas logo em seguida, Moacir tomou seu segundo amrelo bobo na partida e deixou o Timão com um a menos.
Mesmo em desvantagem numérica o Coringão buscou o resultado. R. Carlos invadiu a área, foi empurrado, caiu e... Pênalti? Que nada! Segundo cartão amarelo pra ele e o Timão com dois a menos.
No final Tcheco ainda apareceu sozinho e cabeceou no travessão desperdiçando a chance de um empate heróico.
E assim ficou o "clássico" onde nem todos os santos conseguiram para um Santos ajudado por um árbitro mal intencionado.
O próximo jogo do Santos em rede aberta e com boa audiência fica para as finais, se eles chegarem, porque como disse Ronaldo: "O que vale é a final e nós estaremos lá".


As Notas:

Felipe: Bela defesa no pênalti, sem culpa nos gols.

Alessandro: Sua pior apresentação no ano, mas eu confio no guerreiro.

Chicão: Boa atitude dentro e fora do cmapo não deixando o mulequinho folgar.

Willian:Nada de excepcional. Fez o papel de capitão reclamando bastante.

Roberto Carlos: Foi injustiçado DE NOVO na expulsão.

Ralf: Dessa vez não foi efetivo dando o primeiro combate. Deixou a molecada tocar demais a bola.

Elias: O que mais buscou jogo pelo nosso lado.

Tcheco: Como perder um gol daquele?

Jorge Henrique: A mesma vontade de sempre, errando passes como nunca.

Ronaldo: Criou a jogada do nosso gol. Já basta.

Dentinho: Pouco objetivo. Que bicicleta foi aquela?

Jucilei: Levou o Timão pra cima das sardinhas, mas ficou sem ter com quem jogar.

Moacir: Dois cartões bobos. Matou a reação.

Iarley: Jogou muito pouco. Impossível avaliar.

Juíz: Ganhou um beijo do Pelé nas tribunas?

Os melhores momentos:

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terça-feira, 2 de março de 2010

Per Aspera Ad Astra: A história do mais querido do mundo (Capítulo XV)

"Per Aspera Ad Astra"

Por Filipe Martins Gonçalves

Enseada Corinthiana, meados da década de 1930
"O rio Tietê formava uma belíssima enseada bem à entrada da Casa Corinthiana, dando-lhe um aspecto maravilhoso"¹, dizia Antonio de Almeida, o Seu Toninho, relembrando os saudosos tempos do Clube que, embora apenas incipiente, já havia surgido Gigante, para o Povo.
Note que a entrada da Casa Corinthiana era o próprio rio, que ainda serpenteava esse planalto, formando ilhas e enseadas.
Quando o Corinthians adquiriu a gleba do Parque São Jorge, aquela região toda era formada por chácaras, uma região bucólica e rural neste município que ainda não era esta cidade-monstro de hoje.

O rio borbulhava de saúde, assim como os peixes que ainda o habitavam. De forma que uma das primeiras coisas que os Corinthianos trataram de fazer foi uma bela pescaria. E remaram.
Ao aspecto maravilhoso da Fazendinha se somava o que não existe, talvez, em nenhum outro Clube no mundo: a Biquinha.

A Fazendinha - e assim os Corinthianos da época trataram de apelidar sua Sede Grandiosa, sendo copiados até por quem proferia o termo pejorativamente - já àquela época era uma chácara completa.
Quando o Corinthians adquire o Parque São Jorge, já adquire um patrimônio bem constituído.

Os senhores Abdalla e Salem começaram as benfeitorias naquele terreno antes mesmo de 1920.
É fato que, por muitas vezes, alugaram o campo ao E.C.Sírio para que pudesse treinar, muito provavelmente por conta das origens e até mesmo afeição que pudessem nutrir pelo Sírio, mas o Parque São Jorge nunca pertenceu a este clube.
O fato que importa, mesmo, é que o Clube dos Mil Povos acabava de se tornar o Clube de mais um.

A área original do Parque é toda a área onde hoje estão a Torre, as quadrinhas, o Ginasinho, o estacionamento, o Estádio Alfredo Schürig e aquela área mais antiga, da Biquinha e do Tamboréu, onde eram feitos os pic-nics.
Ou seja, compreendia toda a área à esquerda da rua São Jorge. Rua que terminava no próprio rio, provavelmente onde hoje se ergue a Capela de São Jorge.

Ali já existia o campo com dois lances de arquibancadas centrais e vestiários, a caixa d´água (que é a própria Torre; não poderia haver uma chácara sem caixa d´água, não é mesmo?), um salão de baile (onde hoje está o Ginasinho), um bar, uma bica de água mineral limpa e o rio, que se debruçava na enseada. Como dizíamos, o Corinthians adquiria um patrimônio já constituído.

Se considerarmos que há pouco mais de dez anos o Clube quase fechara as portas em uma gravíssima crise financeira, quando os adversários também fizeram muito para que isso se desse, é gigantesco o passo de se adquirir um patrimônio como a Fazendinha.

Ernesto Cassano e sua diretoria se imbuíram de Corinthianismo quando assinaram o compromisso de pagar 70 contos de réis por ano durante 12 anos, e só podiam demonstrar como garantia aos nobres sócios proprietários aquilo que sempre foi muito mais que seu patrimônio original.
Quer dizer, o Corinthians só poderia garantir o pagamento se essa garantia fosse a sua Torcida.
Não é em vão que se diz que o Corinthians é uma Torcida que tem um Timão.
Se em 1937 o Corinthians não estivesse quites com essa confissão de dívida, todo o trabalho dos Corinthians teria sido em vão.

E os Corinthianos jamais abandonaram o barco, como contamos até aqui.
Mas até agosto de 1926, nem mesmo o mais otimista do Corinthiano à época poderia imaginar que fosse possível que o Clube dos operários conseguisse tão grande e bela Sede.

Mas o Clube nascido sob o brilho fulgurante do Cometa, em uma noite fria de maio de 1910, que teve por sede apenas o céu estrelado na esquina onde havia um lampião a iluminar toda a rua, e que foi chamado de Corinthians pelo seu Povo, democraticamente, em uma Assembléia; o Clube que nasceu amparado pelo seu Povo, que nunca o desamparou, que sempre o carregou no coração e nos braços, com toda garra e raça que forjou o Corinthianismo; que era paupérrimo e já nascera Gigante; o Clube que desafiou a lógica de uma sociedade, que desconsiderava o fato de que ser humilde não o fazia menor que nada, enfim; o Clube do Povo adquiriu a sua Sede Gigantesca.
E tratou de tornar ainda mais Gigantesca, ao longo do tempo.

No caminho para a Penha, subindo o rio, os Corinthianos se lançaram à água. "Ali, os Corinthianos praticavam natação, e os que não sabiam nadar se divertiam nos dois cochos. Tudo era encantador naquele lugar pitoresco. Grandes eucaliptos circundavam toda a praça de esportes, margeando o Tietê. Essa paisagem foi-se alterando com as posteriores retificações do Tietê que, se de um lado aumentaram a área do Corinthians e lhe deram vias de acesso mais rápidas, também apagaram o cenário de fundo onde os heróicos Corinthianos fincaram as bases da Cidade Corinthians"¹.

Os ecos dessas bases, construídas com o suor desses Corinthianos pioneiros, permanecem. Se o cenário não é o mesmo por conta de um crime ambiental em nome do progresso, ali em sua Casa o Corinthiano pôde construir sonho; a Fazendinha se tornou uma Cidade e se espalhou, atravessou a rua e se estendeu para além da margem direita da Rua São Jorge, e hoje chega até onde o Aricanduva desagua no Tietê.
O Corinthians nunca parou de construir seu patrimônio.

Mas aqui ainda estamos com os pioneiros, chegando ao Parque pelo rio.
Um pier se debruçava por alguns metros na água, da ribanceira do rio, e por ele chegaríamos em frente da Biquinha. É fácil entender, assim, o porque de se colocar a estátua do Santo Padroeiro logo acima da Biquinha.
O caminho da margem até o barranco onde brota a Biquinha era um plano, o lugar mais bucólico e antigo do Parque, um belo jardim arborizado, em cujas sombras se fez muita Festa, pic-nics e saraus.
Um altar foi feito para essa estátua, em cujos pés teria a Biquinha, e foram construídas duas escadas de acesso para os fiéis devotos transporem o barranco.
Mais ao lado, à direita, construíram também uma casa para o caseiro.
Tudo isso sobrevive ali, com exceção, obviamente, do pier, dos cochos e da margem com os eucaliptos. Naquela área livre, antes das cercas brancas do campo de Futebol, ergue-se as arquibancadas, e os quiosques, naturalmente, precisaram ser reformados.
Mas se o cenário do rio mudou muito com as marginais, ali mudou menos que em qualquer outro lugar.
Hoje ainda é possível ter essa visão de São Jorge, mas só quem sabe olha. E tem que passar devagar.

Ou então poderíamos chegar de bonde pelo tortuoso caminho do Tatuapé, que hoje se chama Celso Garcia. Embora mais retilíneo, este caminho não consegue esconder sua característica de caminho de fazenda.
Desceríamos perto da esquina com a rua São Jorge, e avistaríamos ao longe, à direita, a velha torre da igreja da Penha. Algumas casas se erguiam, e ainda haviam muitos terrenos entre elas. Era possível, do ponto alto da rua, ver algumas das curvas do rio.
Viraríamos à esquerda no caminho que levava ao Parque do Piqueri e entraríamos no Clube por onde hoje é a entrada do estacionamento.
Teríamos a visão do campo, ladeado pelo barranco que abriga o Santo Padroeiro, à nossa esquerda.
Veríamos dois pequenos lances de arquibancadas de madeira, o salão à frente, a caixa d´água e, em frente à ela, o bar. E muitas árvores, antes dos eucaliptos citados pelo Toninho.

Se o esforço para a construção da Ponte Grande serviu para ensinar os Corinthianos que tudo é possível, o que foi feito em dois anos - do dia 18 de agosto de 1926, quando foi assinado o compromisso, até o dia 22 de julho de 1928, quando foi oficialmente inaugurado o estádio que leva até hoje o nome de um dos grandes Anjos da Guarda do Sport Club Corinthians Paulista - é realmente levar esse ensinamento às últimas consequências.
A compra da Fazendinha foi uma "decisão corajosa e fruto da confiança profunda no apoio popular"², como sentencia Diaféria, pois de nada adiantaria apenas os Anjos da Guarda. Ou ainda, não adiantaria termos Anjo da Guarda se não houvessem os braços do Povo para sustentar a empreitada.

E o Corinthians se preparava para estreiar o Estádio Alfredo Schürig com um novo Tri-Campeonato.
Agora e para sempre³, com a Graça do Santo Guerreiro!

A História continua...

*******

NOTAS

¹ Frase de Antonio de Almeida, resgatada por Lourenço Diaféria em sua obra Coração Corinthiano, capítulo XXXIX, "Bravos heróis da Ponte Grande e da Fazendinha", à página 207.

² Na mesma página acima referida.

³ O nome do Parque São Jorge foi herança deixada pelos dois antigos proprietários da Fazendinha.
O que se pode imaginar é que tinham São Jorge em altíssima conta, pelo menos, e por isso homenagearam o local com tal Benção.

Fato é que São Jorge é o Santo Padroeiro de
Beirute, onde está o lendário Golfo de São Jorge. A importância desta localidade para a História da Síria e do Líbano é imensa. E Beirute, desde a antigüidade, é uma cidade cosmopolita.
Foi esta aspiração que os antigos proprietários deixaram de herança e contribuição na História deste Clube que é mais que Nação.
A
Lendária Enseada Corinthiana passou a ser o Golfo de São Jorge, naquele rio Tietê original.
E foi ali que o Gigante fez sua Casa.

Importante frisar que
Santa Rita de Cássia esteve presente à reunião que definiu o nome do Clube, e fez do Clube uma realidade. A Santa das causas impossíveis foi quem primeiro olhou pelo Clube do Povo, e continua olhando. Depois que nada mais se mostrou impossível, o Padroeiro foi escalado na batalha.

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